Desde que os Estúdios Disney anunciaram que Halle Bailey, atriz de 22 anos, iria interpretar Ariel na versão live-action da animação, incontáveis reações negativas à escolha foram feitas. A situação ficou ainda mais intensa após o canal oficial da Disney no Youtube divulgar o primeiro trailer do longa em menos de dois dias, o vídeo já contava com mais de 2 milhões de "dislikes".
Crianças brancas sempre se viram representadas em filmes, desenhos e propagandas publicitárias. Para se ter uma ideia, os Estúdios Disney foram criados em 1923 e somente em 2009 tivemos a primeira princesa negra: Tiana, de A Princesa e o Sapo. Oitenta e seis anos depois.
Em 1940, médicos reuniram crianças afro-americanas entre três e sete anos de idade. E lhes apresentaram quatro bonecas idênticas, exceto pela cor da pele: duas negras e duas brancas.
Pediram para as crianças identificarem as raças das bonecas e escolhera qual cor preferiam.
A maioria das crianças gostava mais da boneca branca, atribuindo-lhe traços mais positivos do que a boneca negra.
A conclusão da experiência foi "preconceito, discriminação e segregação" criaram um sentimento de inferioridade entre as crianças afro-americana e prejudicaram sua autoestima.
Ao achar que é um "problema", A Pequena Sereia ser representada por uma mulher negra, devemos novamente analisar os privilégios das pessoas brancas. A escritora Layla nos ajuda nesse ponto.
"A realidade é que você tem sido condicionado desde criança a acreditar na superioridade dos brancos pelo modo com sua história foi ensinada, pelo modo como estudantes não brancos eram tratados de maneira diferente de você".
Se você pensar na sua infância, quantas vezes você se viu representado por personagens de desenhos animados e filmes, brinquedos, campanhas publicitárias, peças de teatro, etc?
Para abrir ainda mais a discussão, recomendo que leia o livro Eu e a Supremacia Branca - Como reconhecer seu privilégio, combater o racismo e mudar o mundo.