Não importa a mídia, é muito comum que ninjas sejam representados por roupas pretas, uma espada fina e longa (a famosa "katana") e, claro, muita furtividade em suas ações. Porém, e se te dissermos que isso não passa de uma invenção?
Na verdade, se considerarmos que os ninjas precisavam agir sem chamar a atenção, andar por aí vestido todo de preto teria exatamente o efeito contrário, não é mesmo? Então, de onde todo esse mito se originou?
No século XVII, o Japão viu o surgimento de um estilo de teatro conhecido como Kabuki, em que era comum fazer paródias com temas religiosos e até mesmo danças que ousavam bastante por sua sensualidade. Isso ocasionou, inclusive, na proibição de mulheres nas peças, fazendo com que homens tomassem o posto das atrizes nas apresentações.
Além dos atores, era muito comum que ajudantes da montagem dos cenários aparecessem ao público. Para não chamar muita atenção, essas pessoas usavam roupas pretas (ou da cor do fundo do cenário) e uma máscara cobrindo o rosto, fazendo com que não se destacassem muito e pudessem se misturar com o ambiente de fundo. Toda essa furtividade lembrava a dos ninjas, e foi daí que veio o mito.
Os ninjas realmente existiram no Japão, com o pico das atividades desses membros na sociedade entre os séculos XV e XVII. Parte dessas ações consistiam em se infiltrar no meio da multidão e passar despercebido, por isso, eles se vestiam como pessoas comuns em trajes de artistas, mercadoras, padres e monges, apenas para citar alguns exemplos.
Entretanto, nada os impedia de usar uma roupa totalmente escura para ações noturnas, ou mesmo para esconder manchas de sangue. Na possibilidade de se envolverem em combates mais perigosos, também era comum que os ninjas usassem uma armadura oculta. Então, se você estivesse no Japão nesse período poderia ser surpreendido por um ninja vestido como qualquer outra pessoa – e não um ser aleatório vestido de preto.