sábado, 27 de julho de 2024

(História da Música) A Origem da Capa do Álbum dos Guns N’ Roses

A capa do icônico álbum “Use Your Illusion” da banda Guns N’ Roses tem uma origem profundamente enraizada na história da arte. Inspirada em um detalhe do famoso afresco “A Escola de Atenas” de Rafael, esta obra-prima renascentista, criada entre 1509 e 1511, reúne os grandes filósofos e cientistas da antiguidade em um cenário majestoso. A figura escolhida para a capa do álbum é uma releitura moderna e vibrante do afresco de Rafael, simbolizando a fascinante conexão entre a arte clássica e a cultura contemporânea.

sábado, 20 de julho de 2024

Curiosidades sobre a África em Pantera Negra (parte 1) - sobre Killmonger

No filme The Black Panther (Pantera Negra), Erik Killmonger usou uma máscara muito distintiva que ele tinha tirado do Museu Britânico. Além disso, Killmonger pronunciou as palavras mais famosas do filme quando ele disse: ′′ Simplesmente me enterre no oceano com meus antepassados que pularam navios porque eles sabiam que a morte era melhor do que a escravidão ". Ele Há uma ligação profunda entre essas palavras e a máscara que Killmonger usou.
A máscara de Killmonger é a do povo Igbo (sul da Nigéria). A máscara do povo Igbo é conhecida como Mgbedike e é usada para fins cerimoniais.
Em maio de 1803 aconteceu um evento importante conhecido como Igbo Landing. Depois de passar pela passagem do meio, um barco negreiro chegou à Geórgia com uma carga de escravos. 75 dessas pessoas eram Igbo e foram vendidas por cerca de $ 100 cada. Eles foram então transferidos para outro navio para serem transferidos para o destino deles. Uma vez no novo navio, os Igbo se rebelaram. Durante a rebelião, os Igbo mataram seus raptores e assumiram o controle do navio. Sem nenhuma maneira de ir para casa e enfrentar a probabilidade de ser recapturado escravidão, os Igbo concordaram em se matar juntos, todos eles entraram no oceano cantando uma música e se afogaram.
É a isso que Killmonger se refere quando ele disse: simplesmente me enterre no oceano com meus antepassados que pularam navios porque eles sabiam que a morte era melhor do que a escravidão.

sábado, 13 de julho de 2024

O que é o MONA?

MONA é um museu diferente. Construída para dar visibilidade ao patrimônio LGBTQIAPN+ da região do Arouche, a MONA é território, um espaço político de resistência.
MONA é uma maneira de lutar contra preconceitos e todas as formas de discriminação à comunidade racializada, de baixa renda e LGBTQIAPN+ que vive, ocupa, gera riqueza social, cultural e econômica. E uma estratégia de permanência no centro da cidade de São Paulo, região historicamente ocupada pela comunidade LGBTQIAPN+ que pulsa memórias, identidade e segue (re)existindo.
MONA foi construída por iniciativa do Coletivo Arouchianos LGBTHQIAPD+, com o apoio da Repep (Rede Paulista de Educação Patrimonial e financiado pelo Edital Inclusão Social e Diversidade na USP, da Pré-Reitoria de Cultura e Extensão (2021-2022). A partir do Inventário Participativo, uma ferramenta educativa, foi possível identificar, de forma coletiva, as referências culturais da comunidade LGBTQIAPN+, os patrimônios vivos e vividos no cotidiano do Arouche.
MONA é uma mobilização social no sentido de uma educação para os direitos humanos.
O território delimitado no Inventário Participativo não se restringe ao Largo do Arouche, pois a região concentra um conjunto de atividades e estabelecimentos ligados à sociabilidade LGBTQIAPN+, entre os quais bares, boates, cinemas, saunas, entre outros, e um conjunto de comércio e serviços complementares a esse uso, como hotéis, sex-shop e lojas especializadas na montagem drags (comércio de roupa e perucas). Trata-se de uma região singular da cidade para a comunidade LGBTQIAPN+. Assim, o território do Inventário Participativo abrange duas poligonais, uma mais central, chamada de área core (em roxo), e outra poligonal mais ampliada (vermelho), que foi definida como uma espécie de zona tampão. 

sábado, 6 de julho de 2024

Um panorama dos escravos e sua relação

 "Quase todo o Brasil cabe nessa foto"

Augusto Gomes Leal e a ama-de-leite Mônica. Recife/PE, 1860.  João Ferreira Villela  Fundação Joaquim Nabuco
A fotografia feita no Recife por volta de 1860. Na época era preciso esperar no mínimo um minuto e meio para se fazer uma foto. Assim, preferia-se fotografar as crianças de manhã cedo, quando elas estavam meio sonolentas, menos agitadas. O menino veio com a sua mucama, enfeitada com a roupa chique, o colar e o broche emprestado pelos pais dele. Do outro lado, além do fotógrafo Villela, podiam estar a mãe, o pai e outros parentes do menino. Talvez por sugestão do fotógrafo, talvez porque tivesse ficado cansado na expectativa da foto, o menino inclinou-se e apoiou-se na ama. Segurou-a com as duas mãozinhas. Conhecia bem o cheiro dela, sua pele, seu calor. Fora no vulto da ama, ao lado do berço ou colado a ele nas horas diurnas e noturnas da amamentação, que os seus olhos de bebê haviam se fixado e começado a enxergar o mundo. Por isso ele invadiu o espaço dela: ela era coisa sua, por amor e por direito de propriedade. O olhar do menino voa no devaneio da inocência e das coisas postas em seu devido lugar. Ela, ao contrário, não se moveu. Presa à imagem que os senhores queriam fixar, aos gestos codificados de seu estatuto. Sua mão direita, ao lado do menino, está fechada no centro da foto, na altura do ventre, de onde nascera outra criança, da idade daquela. Manteve o corpo ereto, e do lado esquerdo, onde não se fazia sentir o peso do menino, seu colo, seu pescoço, seu braço escaparam da roupa que não era dela, impuseram à composição da foto a presença incontida de seu corpo, de sua nudez, de seu ser sozinho, da sua liberdade. O mistério dessa foto feita há 130 anos chega até nós. A imagem de uma união paradoxal mas admitida. Uma união fundada no amor presente e na violência pregressa. A violência que fendeu a alma da escrava, abrindo o espaço afetivo que está sendo invadido pelo filho do senhor. Quase todo o Brasil cabe nessa foto.

- Luis Felipe de Alencastro, no livro 'História da vida privada no Brasil Império: a corte e amodernidade nacional'. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 439-440

Foto: Augusto Gomes Leal e a ama-de-leite Mônica. Recife/PE, 1860. 
João Ferreira Villela 
Fundação Joaquim Nabuco