O edifício, que hoje abriga a Estação Pinacoteca e o Memorial da Resistência, é depositário de uma história repleta de significados. Em decorrência de seus múltiplos usos no decorrer do século XX, conserva vestígios que permitem o confronto de presente com o passado. Guarda, de sucessivos processos de abandono e reutilização, os ruídos de trens de ferro, as conversas dos trabalhadores que por aqui passavam rumo às estações do subúrbio, a fala estrangeira dos imigrantes em trânsito e os sussurros de cidadão encarcerados.
Construído no centro antigo de São Paulo, é produto do acúmulo de capital gerado com a exportação do café e espaço-símbolo da malha ferroviária que acompanhou a industrialização da cidade nos últimos anos do século XIX, quando a sua população chegou a cerca de 240 mil habitantes. É um monumento/documento que nos permite "recordar", enquanto sinal do passado, e "informar", por seu significado econômico, político, social e cultural.
Foi projetado pelo escritório de Francisco de Paula. Ramos de Azevedo (1858-1928), responsável pela construção dos mais importantes edifícios públicos da cidade de São Paulo naquele período, como o Teatro Municipal, o Mercado Central e a sede do Liceu de Artes e Ofícios no Parque da Luz (hoje Pinacoteca do Estado). O prédio - inaugurado em 1914 - foi originalmente construído para abrigar os escritórios e armazéns da Companhia Estrada de Ferro Sorocobano.

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