sábado, 19 de abril de 2025

Morte sem tabu, por Porakê Munduruku

Com reflexões profundas e questionadoras sobre vida, crises climáticas e conflitos de guerra, o mombe'usara Porakê Munduruku (@porake.mdk) - contador de estórias e histórias, pesquisador, escritor, roteirista e educador - nos traz ensinamentos valiosos sobre como a ancestralidade originária resiste e oferece ensinamentos que podem ir além de uma noção de “sagrado” ligada à religião.
"O sagrado é próprio da natureza e pode ser encontrado em qualquer lugar. Por isso, tudo que existe é potencialmente sagrado. Ele surge da percepção, mesmo inconsciente, de que somos parte de um todo que nos transcende e transborda".
Segundo o escritor, os ancestrais do Povo Munduruku eram nômades e, por isso, seus mortos eram enterrados em casa e deixados para trás quando o grupo levantava acampamento, mas seguiam vivos dentro deles.
"Quem morre permanece vivo nos ensinamentos que construiu com as outras pessoas e legou aos que permanecem. Todos estamos fadados a sermos os ancestrais das gerações que virão. Somos remanescentes de uma civilização circular. Tendo a concordar com o saudoso Nêgo Bispo: quando se transcende o mero individualismo promovido pela ideologia colonial, não faz sentido acreditar em finais; para nós é: começo, meio e começo".

Leia entrevista na íntegra em: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/morte-sem-tabu/2025/04/o-medo-dos-mortos-rompe-nosso-vinculo-com-a-ancestralidade.shtml

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