Os marcos usados para fazer a planta da Cidade de São Paulo são ainda menos conhecidos do que os marcos de légua. Por serem diminutos e geralmente fixados a uma parede ou muro passam despercebidos dos olhos apressados dos paulistanos. Dos vários que existiam espalhados pela capital localizamos apenas três. Um quarto, que sabemos da existência, parece ter sido removido recentemente. Esse da foto fica na Vila Medeiros.
domingo, 14 de dezembro de 2025
sábado, 6 de dezembro de 2025
O Globe Theatre: o teatro em que William Shakespeare se apresentava
O Globe Theatre, também chamado de The Globe, é um teatro icônico de Londres, ligado à obra de William Shakespeare. Ele foi totalmente restaurado e reinaugurado em 1997, pela então Rainha Elizabeth II, mas sua história vem de séculos atrás.
Entre 1597 e 1599, o Globe original foi erguido ao sul de Londres, sob a iniciativa do ator Richard Burbage. O teatro era conhecido por sua estrutura circular de madeira e um telhado de palha.
William Shakespeare, além de dramaturgo, era um dos acionistas que da companhia teatral que utilizava o espaço.
Com o tempo, o teatro se tornou palco de algumas das obras mais célebres de Shakespeare, incluindo Hamlet, Macbeth, Romeu e Julieta e Othello.
Reconstruído no ano seguinte, o Globe continuou a funcionar por mais algumas décadas, mas enfrentou o declínio com o fechamento dos teatros em Londres, por Oliver Cromwell em 1642, devido a Guerra Civil Inglesa.
Por mais de três séculos, o Globe Theatre ficou inativo. Sua memória no entanto, permaneceu como símbolo da era de ouro do teatro elisabetano e da obra de Shakespeare.
No final do século 20, o ator e diretor Sam Wanamaker idealizou a reconstrução do Globe. Em 1970 fundou a The Shakespeare Globe Trust para viabilizar o projeto. Após anos de pesquisa e captação de recursos, o novo Globe Theatre, inspirado no original, foi enfim inaugurado em 1997.
Atualmente, o Shakespeare's Globe Theatre, como é oficialmente conhecido, é um dos mais importantes centros culturais do mundo.
William Shakespeare, além de dramaturgo, era um dos acionistas que da companhia teatral que utilizava o espaço.
Com o tempo, o teatro se tornou palco de algumas das obras mais célebres de Shakespeare, incluindo Hamlet, Macbeth, Romeu e Julieta e Othello.
Reconstruído no ano seguinte, o Globe continuou a funcionar por mais algumas décadas, mas enfrentou o declínio com o fechamento dos teatros em Londres, por Oliver Cromwell em 1642, devido a Guerra Civil Inglesa.
Por mais de três séculos, o Globe Theatre ficou inativo. Sua memória no entanto, permaneceu como símbolo da era de ouro do teatro elisabetano e da obra de Shakespeare.
No final do século 20, o ator e diretor Sam Wanamaker idealizou a reconstrução do Globe. Em 1970 fundou a The Shakespeare Globe Trust para viabilizar o projeto. Após anos de pesquisa e captação de recursos, o novo Globe Theatre, inspirado no original, foi enfim inaugurado em 1997.
Atualmente, o Shakespeare's Globe Theatre, como é oficialmente conhecido, é um dos mais importantes centros culturais do mundo.
sábado, 22 de novembro de 2025
sábado, 15 de novembro de 2025
Pessoas trans e não binárias sempre existiram
Muitas pessoas citam frases como "pessoas trans e não binárias são invenções modernas de adolescentes, e sua cultura 'woke'". Entretanto, isso é errado demais, ao se pesquisar diversas culturas.
Inúmeras comunidades indígenas ao redor do mundo não definem o gênero pelo sexo, nem consideram um sistema binário de gênero. Mas as ideologias europeias foram espalhados e, muitas vezes, impostas às sociedades indígenas. Isso gerou um apagamento de existências, tradições, gêneros, etc.
Two-spirit: Termo para uma pessoa que tem tanto um espírito masculino, quanto um feminino. Sendo usado por alguns povos indígenas da América do Norte para descrever sua identidade sexual de gênero e/ou espiritual;
Muxes: Em Istmo de Tehuatepec, no México, a tradição indígena considera a existência de três gêneros: mulher, homem e muxe. Essa é a classificação de gênero entre zapotecas desde o tempos pré-hispânicos;
Fa'afafine e fa'afatama: Na ilha de Samoa, existem quatro gêneros reconhecidos: feminino, masculino, fa'afafine e fa'afatama. Esses dois últimos, são papéis de gênero fluidos que transitam entre os mundos masculino e feminino.
Xica Manicongo: Sequestrada no Congo e escravizada no Brasil, Xica é considerada a primeira travesti no país. Em 1591, foi perseguida e proibida de expressar sua identidade, sendo obrigada a se vestir de forma diferente do que desejava.
domingo, 9 de novembro de 2025
A Guerrilha do Araguaia
A Guerrilha do Araguaia (1972-1974) foi organizada pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B) como forma de resistência armada à Ditadura Militar. Aconteceu na região do Bico do Papagaio, entre o Pará, Maranhão e Tocantins.
Ali, guerrilheiros e camponeses lutaram por justiça social, reforma agrária e democracia. Foram duramente reprimidos pelo Exército, com tortura, desaparecimentos e execuções.
A guerrilha foi parte da luta contra o autoritarismo, a censura das ideias e o apagamento da oposição política.
Mais do que um confronto armado, foi uma tentativa de reimaginar o Brasil por baixo, com o povo, no campo. Jovens, professores, operários e estudantes deixaram tudo para defender seus ideais - muitos nunca voltaram.
Por décadas, o Estado brasileiro negou os fatos, ocultou corpos silenciou famílias. Mesmo após a redemocratização, nenhum militar. A Comissão Nacional da Verdade reconheceu os crimes, mas o processo de justiça ainda longe de se completar. Falar do Araguaia é enfrentar o passado. É recusar o esquecimento como política do Estado.
sábado, 1 de novembro de 2025
(História da Música) História da canção Uma Brasileira, homenagem a Lucy Vianna
A canção "Uma Brasileira" é uma homenagem a Lucy Vianna, casada com o músico até a sua morte, em acidente de ultraleve em 2001, que também deixou o cantor paraplégico.
“O meu eterno amor, mãe dos meus três filhos e que estava comigo no acidente de ultraleve, e que, por razões cármicas, já passou para um nível mais elevado [morreu], era inglesa de nascimento”.
“Nossos três filhotes nasceram lá [na Inglaterra], sendo que meu garoto, o primeiro, nasceu em casa, de parto normal, feito por mim. A médica chegou para cortar o cordão quando eu estava com ele nas mãos. As duas meninas nasceram lá, também, mas elas nasceram na água”.
Herbert Vianna destacou que Lucy estudava muito as coisas brasileiras: “Por conta disso, tentei escrever uma canção usando no refrão a língua dela, mas, descrevendo isso dizendo que ela tinha uma alma brasileira, muito curiosa, interessada e entusiasmada.
Sobre a música Uma Brasileira, destacou: “[Foi uma parceria com] o grande Carlinhos Brown, que tinha uma ideia rítmica e melódica. Comecei a harmonizar a ideia dele e em cima disso coloquei essa letra”.
sábado, 25 de outubro de 2025
Deuses de origem inuíte
Nanook: deus ou espírito protetor dos ursos polares;
Sila: deus/espírito supremo do ar, do clima e da vida;
Sedna: deusa suprema dos mares e dos animais marinhos;
Qailerterang: deusa do tempo, dos ventos e do mar;
Torngarsuk: deus poderoso associado a proteção, sorte e poder espiritual;
Anguta: deus dos mortos;
Tekkeitsertok: deus dos caribus
Pinga: deusa da caça, da fertilidade e da cura;
Aningan: deus da lua
domingo, 19 de outubro de 2025
Explicando o anarco sindicalismo
Quando o general Franco tentou dar um golpe fascista na Espanha, os trabalhadores e camponeses, especialmente nas regiões da Catalunha e Aragão, se organizaram por conta próprias para resistir. A principal força por trás dessa organização era a CNT, a Confederação Nacional do Trabalho, um sindicato anarco-sindicalista. Eles não só pegaram em armas para lutar contra os fascistas, mas também aproveitaram o movimento para colocar em prática suas ideias revolucionárias.
Com o colapso de controle estatal em várias regiões, os trabalhadores simplesmente tomaram o controle direto das fábricas, oficinas, transportes, hospitais, escolas e até cinemas. Sem pedir permissão a governo algum, eles passaram a administrar tudo por meio de assembleias e conselhos eleitos, onde cada trabalhador tinha voz e voto. As decisões não vinham de cima para baixo, mas eram construídas coletivamente. Não havia chefes, patrões, nem gerentes, pois todos trabalhavam e decidiam juntos. Na cidade de Barcelona, por exemplo, boa parte da indústria foi socializada. O sistema de bondes urbanos continuou funcionando.
Numa sociedade anarco-sindicalista, as empresas e serviços seriam controlados coletivamente por quem trabalha neles. As decisões seriam tomadas em assembleias democráticas, e os sindicatos se conectariam em redes e federações horizontais, sem hierarquia. A ideia é que o sindicato não seja só o instrumento de luta, mas também a base da nova organização social onde não existam patrões, nem chefes, nem governantes, mas uma sociedade livre organizada pelos próprios trabalhadores.
Um exemplo histórico disso, como dito antes, aconteceu na Revolução Espanhola, em 1936, quando trabalhadores da CNT (um sindicato anarco-sindicalista) passaram a autogerir fábricas, fazendas e cidades inteiras, sem patrões, nem governo, durante um breve período. Essa experiência é vista pelos anarco-sindicalistas como a prova de que é possível criar uma sociedade mais justa, organizada de forma libertária.
Um exemplo histórico disso, como dito antes, aconteceu na Revolução Espanhola, em 1936, quando trabalhadores da CNT (um sindicato anarco-sindicalista) passaram a autogerir fábricas, fazendas e cidades inteiras, sem patrões, nem governo, durante um breve período. Essa experiência é vista pelos anarco-sindicalistas como a prova de que é possível criar uma sociedade mais justa, organizada de forma libertária.
Nas zonas rurais, principalmente em Aragão, milhares camponeses se uniram em coletivos agrícolas. A terra que antes era concentrada nas mãos de poucos latifundiários, foi dividida entre igualmente entre quem realmente a cultivava. Em alguns desses coletivos, o dinheiro foi até abolido, por que cada um contribuía com o que podia e recebia o que precisava, com base na solidariedade.
Foi um momento raro na história onde as ideias anarquistas deixaram de ser teoria e virarem prática cotidiana, com um nível altíssimo de participação popular e autogestão.
Claro, tudo isso enfrentou muitos obstáculos. Além da guerra contra os fascistas, os anarco-sindicalistas também tiveram de lidar com tensões com outros grupos de esquerda, como comunistas autoritários que queriam restaurar o controle estatal. E no fim, infelizmente, a revolução foi esmagada com a vitória de Franco e a repressão brutal que veio depois.
Mas mesmo assim, a experiência da Revolução Espanhola mostrou que o anarco-sindicalismo não é só um ideal distante. Ele já aconteceu e provou que uma sociedade organizada de forma livre, solidária e sem hierarquias é possível, mesmo em tempos de guerra.
Assim como outras formas de anarquismo, o anarco-sindicalismo, visa acabar com o Estado, o capitalismo e as hierarquias.
Foi um momento raro na história onde as ideias anarquistas deixaram de ser teoria e virarem prática cotidiana, com um nível altíssimo de participação popular e autogestão.
Claro, tudo isso enfrentou muitos obstáculos. Além da guerra contra os fascistas, os anarco-sindicalistas também tiveram de lidar com tensões com outros grupos de esquerda, como comunistas autoritários que queriam restaurar o controle estatal. E no fim, infelizmente, a revolução foi esmagada com a vitória de Franco e a repressão brutal que veio depois.
Mas mesmo assim, a experiência da Revolução Espanhola mostrou que o anarco-sindicalismo não é só um ideal distante. Ele já aconteceu e provou que uma sociedade organizada de forma livre, solidária e sem hierarquias é possível, mesmo em tempos de guerra.
Assim como outras formas de anarquismo, o anarco-sindicalismo, visa acabar com o Estado, o capitalismo e as hierarquias.
sábado, 11 de outubro de 2025
Educação antirracista no Brasil do século XXI
Devemos definir na educação, assim como na vida, que não podemos ser apenas contra o preconceito racista, mas ter uma prática antirracista. Dentro do aspecto pedagógico, as escolas sempre tiveram uma visão positivista nas aulas, que ignoravam a contribuição da cultura negra no Brasil. O que não deixa de ser um etnocentrismo velado, perpetrado pela negação das autoridades (incluindo nós professores), que o racismo existe na nossa sociedade. Por isso, precisamos - como educadores - apontar esses aspectos de apagamentos históricos dentro da estrutura do país.
As leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08 se tornam extremamente úteis, quando demonstra dois fatos: o primeiro que não foram e não são apenas os negros alvos de racismo, da construção da sociedade brasileira, assim como os grupos indígenas; o segundo demonstra que além da formação europeia (portugueses, descendentes de imigrantes japoneses e italianos por exemplo), temos no Brasil, muitos traços culturais que descendem dos povos negros e indígenas. Formando parte da nossa ancestralidade, ao mesmo tempo que gera uma cidadania democrática.
Entre metodologias que se podem usar para práticas antirracistas, pode haver contatos com pessoas que trabalham e estudam sobre assuntos da cultura afro (como coletivos e conselhos como o Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra) para palestras, além de exibir ou até ir a monumentos de origem negra (como igrejas erguidas por mãos de escravizados e documentos históricos que podem ser de posse de jornais).
Assim como formações pedagógicas comuns, aquelas que auxiliam nas práticas antirracistas, são ainda mais necessárias, visto que temos cada vez mais um crescimento da "negação histórica": quando pessoas negam os atos contra africanos, durante o processo de formação do Brasil. E isso não apenas com pessoas brancas, mas até as negras. É necessária uma maior conscientização sobre aquele período, para que erros do passado não se repitam.
Muitas vezes, alunos que podem expressar suas experiências (positivas ou negativas), seja sobre etnia ou religião (de diversas matrizes) permite ao aluno se sentir incluído, dentro do grupo escolar. Assim, permite ele ser mais expansivo em suas respostas e não retraído sobre os temas propostos durante a aula.
sábado, 4 de outubro de 2025
Sobre o Memorial da Resistência em São Paulo
O edifício, que hoje abriga a Estação Pinacoteca e o Memorial da Resistência, é depositário de uma história repleta de significados. Em decorrência de seus múltiplos usos no decorrer do século XX, conserva vestígios que permitem o confronto de presente com o passado. Guarda, de sucessivos processos de abandono e reutilização, os ruídos de trens de ferro, as conversas dos trabalhadores que por aqui passavam rumo às estações do subúrbio, a fala estrangeira dos imigrantes em trânsito e os sussurros de cidadão encarcerados.
Construído no centro antigo de São Paulo, é produto do acúmulo de capital gerado com a exportação do café e espaço-símbolo da malha ferroviária que acompanhou a industrialização da cidade nos últimos anos do século XIX, quando a sua população chegou a cerca de 240 mil habitantes. É um monumento/documento que nos permite "recordar", enquanto sinal do passado, e "informar", por seu significado econômico, político, social e cultural.
Foi projetado pelo escritório de Francisco de Paula. Ramos de Azevedo (1858-1928), responsável pela construção dos mais importantes edifícios públicos da cidade de São Paulo naquele período, como o Teatro Municipal, o Mercado Central e a sede do Liceu de Artes e Ofícios no Parque da Luz (hoje Pinacoteca do Estado). O prédio - inaugurado em 1914 - foi originalmente construído para abrigar os escritórios e armazéns da Companhia Estrada de Ferro Sorocobano.
sábado, 6 de setembro de 2025
sábado, 30 de agosto de 2025
O que aconteceu no primeiro Concílio de Niceia?
O Concílio I de Niceia é o primeiro Concílio de que participaram bispos de todas as regiões onde em que havia cristãos. Teve lugar quando a Igreja já tinha conseguido a paz estável e dispunha de liberdade para reunir-se abertamente.
Aconteceu do 20 de maio ao 25 de julho de 325. Dele participaram alguns bispos que ainda tinham no seu corpo os sinais dos castigos que tinham sofrido por serem fiéis nas perseguições passadas, que eram recentes.
Para essas datas o imperador Constantino, que ainda não tinha sido batizado, facilitou a participação dos Bispos, colocando à sua disposição os serviços do exercito imperial para as viagens e os translados e ofereceu seu palácio em Nicéia de Bítinia, que estava perto da sua residência de Nicomédia. De fato, ele considerava que era oportuna essa reunião, pois no ano de 324, depois da vitória contra Licínio, tinha conseguido unificar o império, e desejava que a Igreja também estivesse unida. Nesses momentos ela estava sofrendo as consequências da pregação de Ario, um padre que negava a verdadeira divindade de Jesus Cristo.
Desde o ano de 318 Ário enfrentava-se com seu bispo Alexandre de Alexandria, e fora excomungado no sínodo de todos os bispos do Egito. Ário fugira e estava em Nicomédia, junto ao bispo Eusébio, que era seu amigo. Entre os Padres Conciliares encontravam-se as figuras eclesiais de maior importância no momento. Estava Osio, Bispo de Córdoba, que, ao que parece, foi quem presidiu as sessões. Assistiram também Alexandre de Alexandria, ajudado pelo diácono Atanásio, Marcelo de Ancira, Macário de Jerusalém, Leôncio de Cesárea de Capadócia, Eustácio de Antioquia, e alguns presbíteros representantes do Bispo de Roma, que não pode estar presente devido à idade avançada.
sábado, 23 de agosto de 2025
(História da Música) Depeche Mode
No alvorecer dos anos 1980, uma banda emergiu das sombras industriais de Basildon, Inglaterra, para redefinir os contornos da música eletrônica: o Depeche Mode. Com uma sonoridade que mesclava sintetizadores pulsantes e letras introspectivas, eles não apenas conquistaram as paradas musicais, mas também deixaram uma marca indelével na cultura popular.
Desde o lançamento de seu álbum de estreia, Speak & Spell (1981), o Depeche Mode demonstrou uma capacidade única de evoluir. Inicialmente influenciados pelo synthpop mais acessível, rapidamente enveredaram por caminhos mais sombrios e complexos, especialmente após a saída de Vince Clarke. Martin Gore assumiu as rédeas da composição, conduzindo a banda por territórios líricos que exploravam temas como desejo, fé e alienação.
Álbuns como Black Celebration (1986) e Violator (1990) não apenas solidificaram seu sucesso comercial, mas também mostraram uma profundidade artística rara. Canções como "Enjoy the Silence" e "Personal Jesus" tornaram-se hinos de uma geração que buscava sentido em meio às incertezas da era digital nascente.
A influência do Depeche Mode transcende fronteiras geográficas e temporais. Artistas contemporâneos, dos mais variados gêneros, reconhecem sua dívida para com a banda. Seja na melancolia eletrônica de bandas como Nine Inch Nails ou nas batidas dançantes de DJs modernos, os ecos do Depeche Mode são inconfundíveis.
Mas além das inovações sonoras, o Depeche Mode capturou o espírito de uma época marcada por transformações sociais e tecnológicas. Suas músicas serviram como trilha sonora para aqueles que navegavam pelas complexidades da modernidade tardia, oferecendo tanto consolo quanto provocação.
Hoje, em um mundo saturado de informações e estímulos digitais, revisitar a obra do Depeche Mode é um exercício de reconexão com as raízes da música eletrônica. Eles nos lembram do poder da música em transcender o tempo, evocando emoções profundas e criando laços entre indivíduos de diferentes origens.
O legado do Depeche Mode é, portanto, duplo: eles não apenas moldaram o som de uma era, mas também nos mostraram o potencial da música como força unificadora. Em suas melodias e letras, encontramos um reflexo de nossas próprias jornadas, uma prova de que, mesmo em meio à frieza das máquinas, o espírito humano permanece vibrante e resiliente.
Ao celebrarmos sua contribuição, reconhecemos a importância de preservar e valorizar a história da música eletrônica. O Depeche Mode nos ensinou que a inovação nasce da coragem de explorar o desconhecido, e que a verdadeira arte reside na capacidade de tocar almas, independentemente das ferramentas utilizadas.
Em suma, o Depeche Mode não é apenas uma banda; é um fenômeno cultural que continua a inspirar e a conectar pessoas ao redor do mundo. Seu legado é um testemunho do poder transformador da música e da eterna busca humana por significado e conexão.
sábado, 16 de agosto de 2025
Independência das nações latino-americanas (hispano-americanas)
O termo “independência da América Espanhola” diz respeito ao processo de crescente ganho de autonomia das colônias espanholas em relação à metrópole europeia, ocorrido durante o início do século XIX.
As primeiras tentativas de independência
Nas décadas finais do século XVIII, ocorreram as primeiras tentativas por parte das colônias em se libertar da Espanha. No Peru, por exemplo, se iniciaria uma grande revolta liderada pelo indígena conhecido como Túpac Amaru II contra a exploração brutal ocorrida nas minas. Eventualmente, a rebelião foi sufocada, mas isso não impediu a continuação da crise colonial nas Américas, motivada pela relação desigual que caracterizava a política mercantilista colonial.
Ao final do século, porém, a ascensão do general Napoleão Bonaparte ao poder modificou todo o panorama político com o início de suas investidas militares para expandir o poder francês na Europa. Após a invasão da Espanha e a deposição do rei da Casa Bourbon, Fernando VII, criaram-se as chamadas juntas nas colônias para se resistir a qualquer possível iniciativa francesa nas Américas. Entretanto, os descendentes de espanhóis nascidos no continente americano (conhecidos como criollos) aproveitaram a oportunidade para enfraquecer algumas medidas mercantilistas.
Os libertadores da América espanhola: Simón Bolívar e José de San Martin
Com a derrota definitiva de Napoleão Bonaparte em 1815 e à restituição do poder das monarquias absolutistas, a Espanha tentou controlar novamente suas colônias nas Américas. Embora tenha conseguido sucesso inicialmente com vitórias contra movimentos menores nas cidades de Bogotá e Caracas, a eventual reunião de massivo apoio popular por parte de líderes político-militares como Simón Bolívar e José de San Martin gerou um forte processo que, em poucas décadas, levaria à libertação de todas as colônias espanholas nas Américas.
Simón Bolívar
Simón Bolívar nasceu em 24 de julho de 1783, no então vice-reino de Nova Granada, em uma família nobre de origem espanhola. Após estudar na Europa e ser influenciado pelos pensamentos revolucionários de origem iluminista, retornou ao país natal e juntou-se à luta contra a dominação colonial da Espanha, onde rapidamente assumiria um papel de liderança. Em 1811, um movimento de mestiços e escravos libertos com o apoio essencial da Inglaterra conseguiria a independência da Venezuela.
Nos anos seguintes, também seriam libertados os territórios equivalentes aos atuais países de Bolívia, Colômbia, Equador e Panamá, que criaram uma união política nomeada de Grã-Colômbia. Ela duraria até 1829.
José de San Martin
Já José de San Martin nasceu em 25 de fevereiro de 1778, no então vice-reino da Prata, também em uma família de origem espanhola. Quando ele ainda era uma criança, sua família retornou à Espanha, onde José iniciou sua educação militar. Poucos anos depois da deposição de Fernando VII, ele retornou às Américas, onde se uniu à resistência do vice-reino do Peru contra os franceses. Ali, ele se distinguiu como líder militar, estando depois à frente de uma campanha nos Andes que levaria à libertação do Chile em 1817, seguido em pouco tempo pelo Peru.
Independência do México
O México, especificamente, não dependeu de nenhum destes dois homens para alcançar a sua independência, que foi feita pelo próprio exército no início da década de 1820.
Dependência econômica
De qualquer forma, as ambições de uma América unida não foram realizadas; logo nos anos seguintes, conflitos entre oligarquias locais fragmentaram toda a Grã-Colômbia. Além disso, o apoio da Inglaterra à independência da América espanhola local não fora desinteressado, uma vez que esse país já via o potencial do grande mercado consumidor que o fim do pacto colonial poderia trazer. Por consequência, mesmo composta agora de países independentes, a América espanhola ainda estaria unida economicamente à Europa pelas décadas que se seguiriam, continuando a ser importadora de industrializados e exportadora de matérias-primas.
Politicamente, os governos dos países independentes se apressaram a excluir qualquer participação popular maior, ficando retido às elites sociais. Esse processo abriria caminho para o surgimento, mais tarde, das ditaduras latino-americanas.
LIMA, Lizânias de Souza; PEDRO, Antonio. “Rebeliões e revoluções na América”. In: História da civilização ocidental.
São Paulo: FTD, 2005. pp. 268-270.
Disponível em:< https://www.infoescola.com/historia/independencia-da-america-espanhola/> acesso em: 06 de maio de 2020 [adaptado].
sábado, 9 de agosto de 2025
Seis mentiras que falam sobre o socialismo e comunismo
Espalhadas pela burguesia há quase dois séculos, como um fanatismo feito especialmente para chocar, assustar e manter tudo como está - e que, mesmo desmentidas milhares de vezes - a direita insiste em repetir (e continuam sendo mais repetidas as mídias sociais e internet).
Vão acabar com toda a propriedade, além de tomar itens como carros e casas: Ideias comunistas querem acabar com a propriedade privada dos meios de produção, como fábricas, bancos e latifúndios. Seria coletivizar apenas a propriedade privada burguesa, ou seja, aquela que gera exploração do trabalho alheio. Os bens pessoais, como roupas, celular, carro, moradia ou utensílios não estão (nem nunca estiveram) em questão.
Querer igualar todos a força e acabar com sua individualidade: No socialismo e comunismo, a igualdade é em direitos e oportunidades, não em uniformidade. Cada pessoa mantém a liberdade de ser quem se é e de se expressar do seu jeito. Acreditasse que a verdadeira individualidade só floresce quando a gente não precisa lutar para sobreviver. Não se ataca a individualidade, mas o individualismo: a lógica egoísta da competição e da exploração que alimenta desigualdade.
Todos ganhando o mesmo salário: Não. Os salários variam conforme o trabalho de cada um, mas o que importa é que todos terão um salário suficiente para viver com dignidade. Ninguém ficará rico explorando o trabalho dos outros, e, assim, o trabalhador receberá o seu salário inteiro, sem que o patrão roube parte dele para enriquecer às suas custas.
Todos ganhando o mesmo salário: Não. Os salários variam conforme o trabalho de cada um, mas o que importa é que todos terão um salário suficiente para viver com dignidade. Ninguém ficará rico explorando o trabalho dos outros, e, assim, o trabalhador receberá o seu salário inteiro, sem que o patrão roube parte dele para enriquecer às suas custas.
Ninguém vai querer trabalhar: "Quem não trabalha não come", já dizia a Constituição da URSS. Todos que têm capacidade física e mental para trabalhar devem contribuir para a sociedade. Hoje, no capitalismo, quem realmente trabalha sustenta uma classe burguesa que além de não trabalhar vive no luxo, aproveitando as riquezas roubadas do esforço dos trabalhadores.
Acabará a instituição família: O comunismo não é contra os laço afetivos ou o cuidado, esses são parte do que nos torna humanos e sempre existirão. O que criticamos é a família burguesa tradicional, marcada pela propriedade, herança, dominação, pela subjugação da mulher e pela violência contra a criança. Nele, se quer uma sociedade onde todas as formas de família sejam livres, respeitadas e baseadas no afeto, não na opressão.
Será proibida a religião: O que se crítica é o uso da religião como ferramenta de controle, que justifica a exploração do sistema capitalista e mantém o povo resignado diante da desigualdade. A fé pessoal não é um alvo, o problema são as instituições religiosas que sustentam o sistema opressor e reforçam o status quo. Enquanto o povo sofre, é dito para aceitar tudo calado, sem questionar ou se revoltar em nome de uma recompensa na vida após a morte que podem não vir.
Só lembrando que na Rússia, uma das principais religiões é o cristianismo ortodoxo e na China, as pessoas podem propagar sua fé, sem problemas, desde que respeitadas as regras.
domingo, 3 de agosto de 2025
Negros no Japão: quem eram os antigos japoneses chamados Jomon
O povo Jōmon (縄文人, Jōmon jin) é o nome genérico de vários povos que viveram no arquipélago japonês durante o período Jōmon (c. 14.000 a 300 aC). Hoje, a maioria dos historiadores japoneses concorda com a possibilidade de que os Jōmon não eram um único povo homogêneo, mas consistiam em vários grupos heterogêneos.
No vasto espectro da história japonesa, há uma narrativa muitas vezes esquecida, obscurecida pelas páginas dos livros e pela visão mais tradicional da sociedade nipônica. Esta é a história dos antigos japoneses, conhecidos como o povo Jomon, cuja presença e contribuições podem surpreender muitos.
Os Jomon, os primeiros habitantes conhecidos das ilhas japonesas, eram um povo distinto, cujas raízes se estendiam profundamente na história antiga. Eles compartilhavam semelhanças genéticas com outros povos do leste asiático, mas uma característica física peculiar os distinguia: sua pele, ligeiramente mais escura do que os asiáticos orientais modernos.
Durante o período Paleolítico, esses antigos habitantes do Japão desenvolveram culturas complexas, criando cerâmicas intrincadas e desenvolvendo técnicas de caça e coleta avançadas. No entanto, ao longo dos séculos, a presença dos Jomon foi obscurecida pela chegada de outros grupos étnicos e pelas mudanças demográficas que moldaram o Japão moderno.
Apesar disso, as evidências arqueológicas e antropológicas nos contam uma história fascinante. Os Jomon não apenas habitaram essas terras antigas, mas também deixaram uma marca indelével em sua cultura e identidade. Sua pele mais escura pode ter sido uma característica distintiva, mas seu legado vai muito além disso.
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