terça-feira, 4 de agosto de 2020

Folclore, mitos, lendas, lendas urbanas e creepypastas: O que são?

Folclore: Dentro de uma cultura é o modo de sentir, pensar e agir de uma cultura, de um povo. Seriam um conjunto ou coletânea de tradições e histórias fictícias desse grupo ou sociedade. Podemos notar que no Brasil, mesmo que tenhamos lendas brasileiras (como de diversos encantados, equivalentes as fadas europeias), existem grupos de ondes eles se originaram, como o folclore indígena e africano. Muitas vezes, o que fazemos é um "sincretismo folclórico", ou seja, absorvemos partes daquele mito para o nosso conjunto (como o caso do Saci Pererê ou a Iara). 
Quase sempre esse folclore é transmitido pela literatura oral ou registro oral. Vamos ter com isso músicas, canções, parlendas, contos populares, mitos e lendas.
Lendas:
 Seria um constante imutável. Tomemos Salamanca do Jarau como um exemplo. É uma lenda que jamais deixará sua localização. O Cerro do Jarau. Se localiza no município de Quaraí, no oeste do Rio Grande do Sul, onde o Brasil faz fronteira com o Uruguai.
Não há como associar a lenda da Salamanca do Jarau daquela região do Cerro do Jarau. Ela além de ter uma localização específica, tem um tempo específico também. Voltando ao uso de Salamanca do Jarau, ela teria sido presa ali na época da vinda dos mouros e espanhóis, na região do Rio Grande do Sul. Assim como o Neguinho do Pastoreio (após a escravidão ou final do período escravocrata do Brasil Império no Pampa Gaúcho).
As lendas podem ter ocorrido mesmo (um fato histórico, algo real), entretanto, como ele normalmente é passado de geração a geração, sua origem pode se perder com o tempo. Especialmente quando ela é transmitida de forma oral.
  • A lenda é sempre de um local específico.
  • Não pode migrar de um lugar para outro.
  • Quase sempre representa um período e região específica.
Mito:
 Já o mito é dinâmico e está em constante transformação. O mito ele se altera, de um lugar para outro, de uma região para outra.
Podemos notar isso no mito do Lobisomem, ao qual, aqui no Brasil, passou a ter um caráter diferente para seu surgimento. Enquanto na Europa, ele surgiria como fruto da mordida de outro lobisomem ou de um lobo, aqui ele passou o sétimo filho dentro de uma família. Lembrando que as famílias eram enormes em tempos antigos, até uns 40 ou 30 anos atrás. 
Mas também ele pode mudar de uma região para outra. Como no caso o Curupira ou a Caipora, representados de formas diferentes de uma área para outra.
Outras características da mitologia é que as forças da natureza, muitas vezes são representadas sob a forma de seres pessoais (animais ou seres humanoides, como deuses, semi-deuses e criaturas fantásticas.
Mitologia é o estudo do conjunto desses mitos. Tanto que o que falei sobre mudança nos mitos vale aqui para as culturas gregas e romanas: O deus Zeus (grego) vira Júpiter (romano), Ares (grego) vira Marte (romano), Hefesto (grego) vira Volcano (romano), entre outros. Até mesmo o mito do Minotauro e da Medusa tem diferenças dependendo de sua origem e de quem a conta.
  • Nos mitos, temos mudanças de um lugar para outro, dependendo das condições das histórias.
  • Normalmente representam elementos da natureza através de formas humanas. Tais como a Lua, o fogo, entre outros.
  • Eles não mudam só de país para país, mas de regiões, até aproximadas.
Lendas urbanas:
 Na verdade, estas lendas urbanas e histórias fantásticas ganham fama por serem divulgadas no boca-a-boca, e, após a revolução digital, por e-mails, sites, entre outros. Frequentemente são contadas com a premissa de terem acontecido com “um amigo da gente” e são enviadas com uma série de alardes do tipo “cuidado, isso pode acontecer com você”.
Elas ultrapassam décadas sendo espalhadas com pequenas alterações, como diz a sabedoria popular: “quem conta um conto aumenta um ponto”. Algumas foram traduzidas e fazem parte da cultura de vários países, como no caso da loira do banheiro, lenda que causa arrepios em pessoas de todas as idades até hoje. A história é sobre uma doce garota que teria se suicidado ou sido assassinada dentro de um banheiro, então, com sua alma presa ao sanitário, às vezes resolve aparecer e assustar quem está fazendo suas necessidades.
Na verdade, as chamadas lendas urbanas, deveriam ser tratadas como mitos urbanos. Explico, outra dessas história é da Dama de Branco, que pede carona aos homens nas estradas. Segundo alguns, na versão norte-americana, ela teria matado seus filhos devido as traições de seu marido. Já na versão mexicana, é apresentada a Chorona (Llorona), que seria uma mulher que busca incessantemente por seus filhos.
A maioria destas lendas urbanas são baseadas em fatos reais, mas acabam sendo distorcidas ao longo do tempo. As características principais deste tipo de literatura e história são:
  • História sempre pequena, buscando o máximo de leitores ou ouvintes com uma estrutura de fácil entendimento.
  • Busca autenticidade por meio de fatos, locais reais, personagens conhecidos e provas.
  • Todos que as contam geralmente dizem ter ouvido de alguém conhecido e procuram dar veracidade ao fato como se tivesse realmente vivido.
  • Assim como mitos mudam de uma região para outra.
Creepypastas:
 Só deixando claro, que as creepypastas, quase sempre não tem nenhuma característica que identifique de onde elas sejam. Aliás, dificilmente usam uma origem de alguma cultura em si.
Creepypasta é o nome dado para as histórias de terror ou lendas urbanas que são divulgadas através da internet.
Esta é uma palavra em inglês, formada a partir da junção do termo “creepy”, que significa “arrepiante” ou “assustador”, com a expressão “copypaste”, que quer dizer “copiado e colado”.
Ou seja, as creepypastas são histórias copiadas e coladas em fóruns e demais redes sociais de modo “viral”, espalhando-se rapidamente no universo online.
As creepypastas são narrações escritas de modo bastante envolvente, normalmente relacionadas com conteúdos ou produtos da cultura pop, como músicas, filmes, videogames, personagens de desenhos animados e etc.
O principal objetivo das creepypastas é assustar os leitores, além de se espalharem para o maior número possível de pessoas, através de compartilhamentos.
As creepypastas mais famosas estão relacionadas com “episódios perdidos” de séries televisivas ou de desenhos animados, que mostram cenas em que os personagens supostamente comentem suicídio ou fazem outros atos considerados bizarros.
Além de terem transformado em icônicos personagens da ficção como Slender Man, Jack The Killer e Siren Head, se usa de coisas como games (a história de Ben com Zelda: Majora Mask).

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