sábado, 1 de agosto de 2020

Uma pequena visão do quão prejudicial foi o AI-5

O AI-5 foi um marco na Ditadura Militar. Não quer disser com isso que ele foi benéfico ao Brasil. Na prática o documento dava poderes ilimitados ao presidente da República para impor uma série de medidas de exceção, como o fechamento do Congresso, cassação de mandatos de políticos eleitos, intervenções do governo federal nos estados, além de prisões e suspensão dos direitos políticos de qualquer cidadão, sem necessidade de justificativa.
Eu tinha o AI-5 podia tudo.
Essa frase é de Emílio Garrastazu Médici, terceiro presidente militar, em entrevista a Antonio Carlos Scartezini publicada no livro Segredos de Médici, em 1985. O presidente Médici herdou o AI-5 de seu antecessor, Costa e Silva, e governou com mão de ferro.
A impressão que tenho é que cada um procura tirar o maior proveito possível do momento porque começam a perceber a quase impossibilidade de uma saída para os destinos do país [...] Os erros da Revolução foram se acumulando e agora só restou ao governo "partir para a ignorância".
João Baptista Figueiredo, quinto presidente do regime militar, fez esta análise sobre o AI-5 em carta de 13 de Janeiro de 1969 a Heitor Ferreira, quando ainda era coronel. Em 1979, Figueiredo sucedeu Ernesto Geisel na Presidência da República, um ano após a revogação do AI-5.

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