terça-feira, 5 de maio de 2020

Lendas dos povos indígenas (Sexto Ano)

Paiute:
O gelo havia se formado à frente deles, tão alto que alcançava os céus. Era impossível para o povo atravessá-lo [...] um corvo voou até o alto e, com seu bico, golpeou o gelo até rachá-lo. O coiote disse: "Essa gente miúda não pode atravessar o gelo". Mais um corvo voou até o alto e fez outra rachadura. O coiote insistiu: "Tente outra vez, tente outra vez". O corvo voou de novo e rompeu o gelo. Então o povo atravessou em disparada.
DOLZAN, Nina Teresa de Oliveira. Tecnologia e arte: prerrogativas da evolução humana. Universidade Católica de Góias. Disponível em <http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/bitstream/tede/2296/NINA%20TERES%20DE%20OLIVEIRA%DOLZAN.pdf>. Acesso em: 7 nov. 2019.

Kaingang:
Os Kaingang afirmam que os primeiros de sua nação saíram do solo, por isso, têm cor de terra. Numa serra, no Sudeste do Paraná, dizem que ainda hoje se podem ver os buracos pelos quais subiram. Uma parte dos Kaingpang permaneceu subterrânea. Essa parte continua lá, e a ela vão se reunir as almas dos que morrem aqui em cima.
MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (Org.). Assim vivem os homens: contos indígenas e narrativas tradicionais. Curitiba: Ed. UFPR, 2013. p. 6

Tupinambá:
Nos primeiros tempos, o mundo era perfeito: não havia distinção entre os seres, não havia morte, tragédias ou trabalho. "Antigo", o grande xamã, criou os humanos moldando-os a partir das árvores.
Mas a imprudência e a ingratidão desses homens fez com que o "Antigo" provocasse uma grande tempestade de fogo que devastou tudo. Apenas um pedaço de terra foi preservada: a Ybymarãeyma (Terra sem Mal).
Depois do fogo, a superfície do planeta tornou-se enrugada como um papel queimado, cheia de saliências sulcos que, depois, seriam conhecidas como montanhas e abismos.

Na Terra sem Mal nasceu Maíra, um humano que tinha poderes semelhantes aos do "Antigo". Ele criou os outros homens e mulheres e todos os outros seres - animais, espalhando-os sobre a terra.
Novamente humanos foram maus e tentaram destruir Maíra em uma grande fogueira. Sua cabeça explodiu e os estilhaços de seu cérebro subiram aos céus, dando origem aos raios e aos trovões (que o Tupinambá chamam de Tupã).
As brigas entre os descendentes de Maíra também provocaram um grande dilúvio (quando surgiram os mares e os rios). Os Tupinambá são descendentes de dois casais que se salvaram do dilúvio, porque subiram em grandes palmeiras.
MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. A origem do mundo e dos humanos, segundo os Tupinambá. In: Jaguareté, o encontro. Curitiba: Editora da UFPR, 2013. p. 42.

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